As Crises do Bebê – Dentinhos Nascendo

Bebês passam por algumas crises ao longo do seu desenvolvimento: as tradicionais crises dos 3, dos 6, dos 8 e dos 12 meses, mais as crises do 3 meses e um pouquinho, 4 meses mais ou menos, quase 7 meses. Soma aí também outras crises como: dente nascendo, reação a vacina e a famosa Crise do Que Legal Um Fio Preciso Morder.

(Considere que o bebê vai ter 20 dentes de leite. Só de dente nascendo já dá um baita tempo de crise.)

Bebê com os dentinhos nascendo (foto: Unsplash)

Vai seguindo assim durante um tempo (a crise da pré-adolescência, a crise da adolescência, a crise do vestibular, a crise do Entrei Na Faculdade Errada, a crise do Tô Estagiando Quase de Graça), até um pouco depois que o seu bebê finalmente encontra um emprego decente – e aí as crises ainda existem, mas são problema dele.

Isso dá quantos dias sem crise?

A revolucionária proposta d’O Progenitor Moderno é, no lugar de falar das crises, definir os momentos de calmaria. Assim, você abraça o caos e não entra em pânico. Além do mais, fica muito mais fácil que sair inventando um monte de nome pra cada crise.

Mas enquanto ninguém chega com essa solução, vamos falar de cada uma das crises. Hoje é dia de:

Dentinhos Nascendo

Tem quem não ache fofo aquele neném com dois dentinhos nascendo na genviva embaixo? Tem: o próprio neném.

Você já extraiu um ciso? É chato pra cacete. Agora imagina o ciso tentando se extrair sozinho, rasgando a sua gengiva lentamente, sem anestesia, nem um dentista puxando papo pra te distrair na hora. O dente de leite nascendo deve ser mais ou menos isso.

É claro que o bebê fica meio irritado. Ele fica até pouco irritado. Se fosse com você, você sairia chutando velhinhos na rua, só pra descarregar. Como o bebê ainda não consegue sair na rua pra chutar velhinhos, só lhe resta resmungar um pouco e ficar acordando a noite toda.

E considere que são 20 dentes de leite pra nascer. A não ser que você more ao lado de um bingo clandestino, na sua rua nem teria velhinho o suficiente pra você chutar.

COMO AGIR

Da próxima vez que você ver um bebê com dois dentinhos nascendo embaixo, não diga “que bonitinho!”. A falta de solidariedade pode irritá-lo ainda mais e ele vai ter que descontar nos pais, acordando a cada 20 minutos à noite.

A reação certa é bater de leve com o punho fechado da mão direita no seu próprio peito e dizer: “Dureza, cara… Tamo junto.”

Em seguida, esconda todos os cabos de carregador de celular. O bebê agora tem uma habilidade nova, a de destruir fios. E ele vai usar. Ele até poderia usar o dente, por exemplo, pra ajudar você a abrir aquele pacote de amendoim praliné que não abre nem a pau. Mas não: ele tá a fim mesmo é de acabar com a bateria do seu Android.

Por que não fazem mordedores em forma de cabo de celular? (foto: Unsplash)

Prepare-se também para levar mordidas aleatórias, principalmente na mão. Você vai ficar com umas marcas tão profundas que botam em cheque todo esse papo de “dente de leite”. Talvez o nome mais adequado seja “presas”. O negócio é que o bebê tá incomodado e morder alivia – embora nem sempre alivie pra você.

Alguns recursos ajudam. O mais usual é dar uma coisa fria pro bebê morder, como um daqueles mordedores que vão no freezer ou o temperamento do Ivan Drago em Rocky IV. O frio ajuda a anestesiar a dor na gengiva do bebê.

Você pode, por exemplo, colocar a sua mão no congelador. É melhor pra você também, já que o frio vai ajudar a anestesiar a dor na sua mão também.

Sua mão e o bebê (foto: Unsplash)

De resto, não tem lá muito o que fazer.

Os dentes vão nascer necessariamente um dia depois que o bebê resolver a dormir bem – só pra estragar tudo de novo. Quando isso acontecer, fale com o pediatra.

Você, que é um pai consciente e uma boa pessoa, não vai apelar praquele gel anestesiante que faz um mal desgraçado pro bebê. Mas, em último caso, quem sabe, pode ir na rua chutar uns velhinhos pra descarregar.

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